
Não há personagem que a atriz Giovanna Antonelli não encare. Suas facetas vão de prostituta, vilã moderna, mulher apaixonada, professora ou muçulmana. Agora, ela topa o desafio de ter seu coração partido num longa-metragem. Aos 32 anos, a sorridente e bem humorada carioca é a protagonista, ao lado do ator americano Todd Rotondi, do filme The Heartbreaker (O Arrasa-Corações - EUA/Brasil), do produtor e diretor criciumense Roberto Carminati.
Até amanhã, a atriz está em Criciúma para filmar. Em seguida, embarca para Boston (EUA), onde parte da história é ambientada, para dar continuidade à produção e, no dia 26 deste mês, retorna a Santa Catarina para gravar novas cenas entre Florianópolis e Criciúma. Para agüentar a rotina de trabalho, ela conta com a companhia do filho Pietro, de três anos.
- Vou buscá-lo para ficar mais pertinho de mim e assim continuar o trabalho.
Pela segunda vez no Sul do Brasil (a primeira foi durante a produção da minissérie A Casa das Sete Mulheres), Giovanna afirma que se sente confortável com o clima da região, apesar do frio, e feliz com a fase profissional. Natural do Rio de Janeiro, mas assustada com o ambiente na cidade natal.
- Sou uma carioca infeliz no Rio. A cidade está largada e não sei se vai ser bom viver por lá nos próximos cinco anos. Sou completamente aberta para a vida e não tenho muitos planos para o futuro - define-se.
Em entrevista coletiva com a equipe de direção do filme The Heartbreaker, ela conversou com o Diário Catarinense. Confira:
Diário Catarinense - Como está a sua carreira no cinema?
Giovanna Antonelli - Adoro fazer cinema. Esse é o meu sétimo trabalho, mas o primeiro internacional. Pena que, no Brasil, não há tantas oportunidades como no exterior. Para mim, é tudo novo. Estou em estado de êxtase, já que sou a única atriz brasileira nessa produção.
DC - Como surgiu a parceria com Roberto Carminati?
Giovanna - Conheci ele há pouco tempo, durante as gravações da minissérie Amazônia. Nos adoramos e começamos a falar de projetos, produções e me empolguei para trabalhar com ele.
DC - Você precisou de muita preparação para o filme?
Giovanna - Peguei uma coach (professora) no Rio de Janeiro, a Barbara. Ela é americana, atriz e fala a musicalidade da língua. A minha personagem é brasileira, o que é o diferencial dentro da produção americana, e não quero perder isso.
DC - Está gostando de fazer comédia?
Giovanna - Fazer comédia romântica é bom. Eu sou especialista em mocinhas na minha carreira, mas esse personagem é bem divertido. Eu faço Ana, uma brasileira que se apaixona por um rapaz norte-americano que ela descobre ser um arrasa corações.
DC - Alguma dificuldade com o idioma?
Giovanna - Nenhuma, a língua inglesa é uma delícia, me sinto uma americana, estou à vontade. É engraçado, pois atuo há 20 anos, mas em trabalhos em português.
DC - Esse é o seu principal trabalho?
Giovanna - Todo trabalho que a gente se envolve é o mais importante do momento. O ator é assim, você vive tão intensamente que não há espaço para mais nada.
DC - Depois do filme já tem trabalho programado?
Giovanna - Gravo o filme este mês. Em junho, já inicio a gravação da próxima novela das sete, chamada Três Irmãs, e depois estou dentro de outro filme, já avisei para o Roberto (risos).
DC - Como avalia as produções fora do eixo Rio-São Paulo?
Giovanna - É importante que as empresas se unam para que isso aconteça mais. Para Criciúma, o filme terá uma repercussão muito grande. Visitei o estúdio de cinema que está sendo montado na cidade e fiquei maravilhada. É coisa de primeiro mundo, um Projac no Sul.
DC - O espaço para atores de outros estados está crescendo no Brasil. Isso não atrapalha?
Giovanna - A Globo, por exemplo, há seis anos passou a caçar talentos. Isso significa sair da mesmice e dar oportunidade a outras pessoas talentosas. Tem que haver espaço para todos fazerem o que gostam, por amor, e essa mistura faz parte do Brasil.
DC - Você fica aqui até este domingo e haverá final do Campeonato Catarinense. Vai ao jogo?
Giovanna - Não assisto futebol de jeito nenhum. Não entendo nada e acho que sempre torço para o time errado. Mas pode ter certeza que estarei torcendo pelo Criciúma.

(Obs. Essa entrevista foi feita no dia 03/05/2008)
Reportagem: Ana Paula Cardoso Criciúma
Fonte: Diário Catarinense